quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Óleo de LorEnzo

Ao procurar um filme pro desestresse da segunda-feira, me deparei com o famoso "Óleo de Lorenzo", que retrata a perseverança dos pais do garoto Lorenzo Odoni em achar a cura para uma raríssima doença degenerativa e congênita, mesmo sem entender do assunto, e que por fim, prolongou a vida do garoto por 20 anos a mais que o previsto pelos médicos.

Por ser uma história real, algumas perguntas me assombraram antes de dormir: Eu teria a determinação em começar algo do zero novamente, depois de tanto tempo estagnado? Abandonaria toda a vida que tenho para me dedicar a um propósito?
Com essas indagações pensei na vida que tenho levado, a forma com que a conduzo e os sentimentos e motivações que fazem modificar minhas atitudes. 
No fim do ano 2009, lembro que tracei algumas metas para 2010: subir o Monte Roraima, conhecer alguns lugares da América do Sul, perder 5kg, abrir um negócio, trocar de carro... metas tão supérfluas que só consegui a última.


Já no fim de 2010, junto com as frustações do ano quase encerrado e sem conseguir realizar quase nada do que me comprometi, fiz aquela mentirosa promessa : "ano que vem eu consigo". Que nada, eis a notícia da minha vida: MEU FILHO VEM VINDO AÍ.

Esquece todas as metas, esquece tudo. Tão sonhado há tantos anos mas nem um pouco planejado. Nervosismo, ansiedade... Repensei tudo para 2011: "hmm, acho melhor não planejar nada, ta vindo um filho aí...". Ué, para o nascimento de um filho não precisa de metas!? Raciocínio neste momento não é muito proveitoso, e não consigo traçar metas para o plano pessoal e emocional. Alguém consegue?

 Chega o ano de 2011, e junto com ele o carimbo de 30 anos de idade, metade da minha vida útil (opinião pessoal). A relação com meu filho começa a se desenhar ainda na barriga da mãe, com todo o acompanhamento do pré-natal, as imagens distorcidas dos exames e a preparação logística de sua chegada.

Meus sentimentos no período de gravidez variaram conforme a idade. Durante os 09 meses consegui perceber 03 fases diferentes. No primeiro trimestre a escolha do médico e os cuidados para manter a gravidez considerando o início de um descolamento de placenta. Zelo total. 

Superada essa fase, momento descontraído: escolha de nomes, conversas sobre os prós e contras de ser homem ou mulher (sei que é melhor ser homem, não duvido, mas o ponto de vista aí é dos pais, qual é o mais fácil criar?), imaginação de como será seu rosto, de como será o parto, se ele terá todos os componentes de um corpo humano (sim, eu sonhei que ele tinha um rabo).

Próxima fase, com a barriga maior e constatado um "toquinho" entre suas perninhas, a mãe está mais ansiosa e surgem outras vertentes: preparar enxoval, festa de baby chá, ansiedade com o parto, ansiedade da mãe com tudo que falta, sendo confrontada sempre com aquela resposta confortante do pai: "Xa comigo!".

E chega o dia "D"! A sensação é assustadora: partir para o hospital sabendo que quando voltar sua vida vai ser completamente outra. E o parto? Eu assisto? Não, não assisto. Não porque não quero, mas porque não deixaram (deixa quieto). Esperar uma hora passa rápido jogando futebol? Então experimente esperar "tudo isso" pelo nascimento do seu filho. A vontade é invadir a sala pra saber o que está acontecendo. Quem sabe se eu fizer carinha de pidão na porta da sala de cirurgia? Bem, poderia ter dado certo se houvesse alguém na porta. Então vou esperar aqui mesmo, ué, é mais rápido.

Eis que sai uma enfermeira de dentro da sala com um embrulho de lençol entre os braços. O sangue da minha perna esquenta, ela vem em minha direção e...  passa direto. Nem me dá confiança. Eu vou atrás com aquele frio na barriga, dizendo com a vozinha mucha: "Moça, acho que é meu". Acho que um vento no corredor impedia de me ouvir. Eu repeti um pouco mais alto. Nada. Aquela enfermeira não dava confiança para estranhos. Foi quando ela, se dirigindo pra sua colega gritou: Quarto 06! E eu no pé do ouvido dela, quase fungando seu cangote, gritei: "É MEU!"

Nossa, aquele pronome ecoou na minha mente por uns segundos (MEU!). Pouquíssimos segundos, pois logo fui sacudido pela destreza daquela enfermeira em "jogar" um bebê no braço de outra pessoa. Se você acha que os lençóis que o envolvem são colocados para limpá-lo ou aquecê-lo, engana-se. Descubri que é utilizado para que a criança não passe por entre seus braços. 

O braço ficou rígido, um pouco aberto para que não o esmagasse no meu peito. Os joelhos um pouco flexionados, como se fosse amortecer uma bola de vôlei. E na tentativa de parecer um pai maduro, mas com a cara de panaca estampada de um pai virgem, segui em direção ao quarto. Chegando la, sentei imediatamente para que a queda fosse mais próxima do chão, caso caísse, ou deixasse o menino cair. Resultado: "Pega mãe, segura!".

Desde então, os problemas que passaram a ocupar minha cabeça não são os de segurá-lo, dar banho ou trocar fralda. Essa parte é a delícia da fase. É nela que eu dialogo com ele, que caduco como se ele soubesse o que estou falando ou fazendo. Mas só o fato de vê-lo ficar com a testa franzina e do olhar fixo em mim (as vezes até zarolho) já compensa tudo. Eu sei o que ele pensa: "O que esse cara ta fazendo?". Mas não importa...

Assim, obtive as respostas para as perguntas que fiz após o filme: Começar de novo? Sim. O que nos motiva a encarar determinadas situações é o propósito. Por que está fazendo e por quem. Fico rindo das metas que tinha, não que fossem insignificantes analisando-as isoladamente. Mas como perderam sentido diante deste presente.

O difícil será ensiná-lo. Quero que aprenda a ser HUMANO. Tanta evolução e o ser humano até hoje não conseguiu administrar o que o diferencia dos animais. Ainda somos movidos por impulsos e instintos. Ainda não sabemos diferenciar o essencial do supérfluo. Podem rir, mas é com isso que me preocupo. Que eu ajude a criar um homem que tenha senso de justiça, respeito e responsabilidade, que ao ver falta desses elementos não seja um mero expectador, mas um participante. Meu medo é o mundo que está sendo criado para ele, e que ele deve contribuir para mudá-lo.
 Você não tem filhos e está com problemas? Tenha um filho! Os problemas não acabarão, mas um sorriso meio que torto e forçado te motivará a continuar caminhando. Você está sofrendo de amor? Tenha um filho! É um sentimento muito maior. Não irá curar seu sofrimento, pois não são sentimentos iguais, mas é tão maior, que o distrai! A vida está chata e você desmotivou? Tenha um filho! É emoção por toda a vida. Se o amo tanto assim, fico imaginando o tamanho do amor de mãe.

Esse pequeno acha que eu lhe dei a vida! Ainda não, só quando transformá-lo em um homem de verdade. Por enquanto foi ele que devolveu a minha. Foi meu óleo, minha cura.


 



"Realmente nenhum problema do mundo é suficientemente importante para afetar um pai, quando este pode presenciar a simplicidade e a beleza da vida junto ao seu filho".




terça-feira, 3 de maio de 2011

Solução Matemática para as Mulheres de BV







"A beleza feminina não é um presente, é um suborno".









Na minha primeira postagem gostaria de tratar sobre um ser que, longe de entender, devemos aprender a conviver. 
 
O Censo 2010 apresentou informações curirosas sobre o número de habitantes no nosso Estado, vejamos:
 
Roraima - 451.227 pessoas, sendo 229.343 homens e 221.884 mulheres (7.459 mais homens). Faixas etárias: 0 a 14 anos, com 196.868 (43,6% do total) e acima de 60 anos com 24.668 (5,5% do total). 96 pessoas declararam conviver com parceiros do mesmo sexo (percentual inexpressivo considerando o número total de habitantes).
 
Boa Vista - 284.258, sendo 140.808 homens e 143.450 mulheres (2.642 mais mulheres).
 
 
Em uma análise mais detida destes números, percebi que a falta de homem que as mulheres tanto reclamam pode ser resolvida com uma pequena alocação e boa vontade. Explico. 
 
            
A lógica do nascituro é 50% pra homem e 50% para mulher,  e RR  possui mais homens que mulheres, existindo uma tendência lógica de maior nascimento de homens (meu filhinho que está por vir é prova desta estatística).  

A princípio, não precisaria destes números para saber que a mulherada daqui de Boa Vista ta chupando o dedo. Existem 2.642 mulheres sobrando aqui na capital, que tirando o percentual de 50% entre idosos (acima de 60 anos) e crianças (abaixo de 20 anos), restaria um saldo de 1.321 mulheres (com idades de 20 a 59 anos) esperando o sapo beijar.

Sim gente, eu considerei 19 de menor e somente 60 anos como idoso, porque tenho amigos(as) na casa dos 50 que poderiam se sentir recriminados, como se não precisassem viver um grande amor.

Pois bem, essas 1.321 mulheres refugiadas, mal compreendidas e desesperadas, podem  se deslocar para o interior do Estado e procurar os 3729 homens solteiros e abandonados pela fatídica vida. Peço que observem que são da mesma faixa etária.


Esse número representa 03 vezes o número de mulheres "sobrando". Isso quer dizer Mulher, que se você vier com esse papo de qualidade e não quantidade, você tem 03 pra escolher livremente, desde os 20 anos para as mais vigorosas, como de 59 anos para aquelas que sabem onde encontrar o amor. Um fazendeiro talvez, já que você vai ter que caçar no interior.

As que não tem pudores e gosta de "pensar bem" antes de algo sério, pode ficar com os 03, fora os 02 que sobrarem das mulheres que já escolheram.

 Bem mulherada, vimos que homens existem. O que está faltando é vocês tirarem a bundinha da cadeira, pegar um repelente e sair por esse interiorão afora, correndo atrás da sua felicidade e de uma malária. Sugiro ainda que comecem pelos municípios de Pacaraima e Bonfim. O Censo da Venezuela e da Guiana podem acrescentar ainda mais seu senso de escolha.

Ah, e mais uma informação, mas como tem bicha mentirosa nesse Estado: 96, ta bom! Ou então o IBGE não está fazendo pesquisa na paradas gay daqui. Ops, parada homoafetiva, para não soar preconceituoso.

A LÓGICA MACHUCA!!!